Acender o cachimbo lentamente*
com os olhos postos no infinito
Fingir que não se ouve não se sente*
o crepitar do bigode
o cheiro a frango assado dos pêlos queimados
Abrir os olhos
revirá-los
em direcção à boca
E correr a mergulhar a cara
no lavatório mais próximo
saber apagar e apagar-se*
penosa necessidade*
do rosto que em chamas
se consome
Em terríveis trapalhadas
se mete
um distraído
Com "*" e em itálico, versos de Mário Dionísio, que me inspirou, o resto é meu...:)
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