domingo, agosto 31, 2008

A Solidão

Junto a minha casa existe um supermercado onde vou regularmente. Ao lado desse supermercado encontra-se um prédio antigo e, inevitavelmente, está à sua porta uma velha mulher tão idosa quanto o prédio. Está ali sentada a olhar, com as mãos nos joelhos, sozinha, quieta, todos os dias. O seu olhar é puro e revejo os meus olhos naqueles olhos doces e desencantados. Apetece-me dizer-lhe que está tudo bem, segurar-lhe a mão e sentar-me junto a ela. Não sei porque não o faço. Talvez porque saiba que, no fundo, seremos todos aquela senhora. Um pouco de mim existe ali e é por isso que dói tanto.

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